Maria Ritah
Eu vou compartilhar com vocês uma coisa minha, secreta que só meus filhos gêmeos sabem (rs) e que eu não gosto de admitir: eu sou controladora! Na verdade, era bem mais…rs (a gente ri mais é sério!). Hoje me sinto mais leve com as questões da vida que eu não posso controlar e, esta frase, “Viva e deixe viver” me ajudou muito.
Mas vamos combinar? Realisticamente falando neste tempo de guerra biológica, a vida não é nada agradável e viver está sendo uma tarefa estressante, enfadonha e injusta. Pela fé!
Eu chego a concluir que o autor do livro Eclesiastes sabia o que estava falando há 250 anos Antes de Cristo.
Não há nada de novo na face da terra.
Eu sei que os positivistas devem estar bufando comigo agora, como assim, seja positiva, acredite no amanhã e coisa e tal. Ah, pois é!!!
Voltando ao tema, eu fui atrás da autoria desta frase muito usada nos círculos de irmandades anônimas, autoconhecimento e religião, e olha só o que eu garimpei.
Nas histórias das guerras, reza a lenda que o “Viva e Deixar Viver” foi muito usado pelos exércitos da Primeira Guerra Mundial e teve como cenário as trincheiras onde os soldados ficavam, pois era ali que eles estavam sempre na iminência da morte.
Esse acordo era selado apenas entre os soldados de guerra (os generais nem sonhavam com isso rs*), e essa ação ficou conhecida entre eles como o “Dilema do Prisioneiro”.
Para sobreviver, os soldados inimigos fizeram um combinado: “se você não atirar, eu não atiro” e para garantir a própria vida, ninguém dava o primeiro tiro. É claro que os mais patriotas não levaram o dilema a sério, tanto que houve muitas mortes.
Mas, quem levou passou a ter consciência que viver era mais importante que morrer pela pátria (ou qualquer outra coisa) e eles começaram a cooperar entre si.
É exatamente essa parte da história que me chama atenção. Há um momento que precisamos cooperar com nossos inimigos para juntos sobrevivermos. Dar a mão aquela pessoa que talvez você não se agrade.
Tem uma hora na vida que a gente precisa esquecer os rótulos, a função, a escolaridade e a conta bancária. Tem uma hora que todo mundo vai ter que baixar as armas e entender que a vida é o maior bem que alguém pode possuir e se dar as mãos.
Viva e deixar viver, não é um acordo de abandono, e sim um convite a compartilhar a vida. Eu cuido de você. Eu não te mato. Você cuida de mim e não me mata e juntos damos um jeito de sobreviver a esta guerra.
Vou finalizar aqui evocando o filósofo Sócrates. Ele dizia que uma vida COLETIVA não-examinada não merece ser vivida. Ele tem razão. Até na natureza selvagem, as espécies só sobreviveram porque COOPERARAM entre si.
Então amigos, ficamos cientes que “Viva e deixar viver”, não é abandonar o próximo e viver a própria vida cada um de sua maneira, mais é COMPARTILHAR a vida e o viver visando o bem-estar comum.
Passo para vocês
Maria Ritah é ultramaratonista, produtora e apresentadora do programa Conexão Gaia, da rádio Logos Fm 87.9, instagram @maritaham
Fonte: Portal Único