Por Maria Ritah
Esses dias eu estava pensando sobre o Efeito Borboleta, que diz que o simples bater das asas de uma borboleta no Japão, pode ocasionar um tornado no Brasil. Já viram isso? A primeira vez que ouvi falar desta possibilidade, duvidei. Como algo tão distante pode ter um efeito devastador?
Daí que desde o ano passado o Corona Vírus bateu asas pelo mundo. A teoria do caos se tornou realidade pandêmica.
Eu nao quero falar aqui de teoria científica Quero compartilhar uma história que eu ouvi numa palestra do pesquisador João Cordeiro sobre accountability – responsabilidade social e como pequenas atitudes podem ocasionar grandes mudanças.
E a história é essa.
Numa fazenda viviam cinco amigos. Eles tinham código de conduta onde um cuidava do outro. Os amigos eram um rato, uma cobra, uma vaca, uma galinha e um porco. A cobra por ser a mais venenosa, era a líder do grupo e, mesmo sendo quem era, não machucava seus amigos.
A vida na fazendo era boa, simples e eles estavam bem até que, certo dia, o rato entrou desesperado chamando os amigos para uma reunião de emergência. Então, como era regra do grupo, todos despertaram e foram ouvir o que o rato tinha a dizer.
O ratinho nervoso começou a falar: – Amigos, eu vi uma ratoeira com queijo na cozinha. Essa ratoeira é traiçoeira, tenham cuidado! Tem um queijo delicioso grudado e se a gente for querer comer, ficamos preso e isso vai trazer dor e sofrimento. Não cheguem nem perto. Cuidado!
Todos ouviram o alerta do rato desdenhando e rindo. Depois do problema exposto, a primeira a falar foi a galinha. Toda saltitante disse: – Ratinho, eu sou uma galinha. Galinhas não comem queijo. Eu não me importo se colocaram ratoeira na cozinha, isso é bobagem.
O porco também achou desnecessária a reunião isso porque, segundo ele, seu casco era tão grosso que não sentiria nenhuma dor.
A vaca escarneceu do medo que o rato tinha da ratoeira disse: Ratinho, olha meu tamanho. Eu não passo nem pela porta. Nunca que essa ratoeira será problema para mim.
Deitada, a cobra mal humorada porque havia acordado cedo para a reunião, brigou com o rato e o proibiu de tocar no assunto de novo.
Uma semana depois da reunião, a cobra com fome entrou na cozinha. Viu a ratoeira e lembrou do rato, deu uma risada e desviou. Mas, no que ela se arrasta o rabo ficou preso na ratoeira.
A dona da fazenda foi na cozinha e viu a cobra enrolada na ratoeira. Assustada, pega o cabo da vassoura para libertar a cobra. A cobra apavorada com medo de morrer morde a mão da mulher que grita de dor.
O marido se levanta e vai na cozinha e vê a cena. Corre, vai pegar o facão, mata a cobra e sai atrás de um médico na cidade. O médico cuida da mulher, passa remédios e mostra a conta paro fazendeiro que lhe diz não ter tanto dinheiro e oferece o porco como pagamento. Ele aceita.
O homem vai no paiol, mata o porco e dá para o doutor, mas antes de sair, ele recomenda que a alimentação da mulher seja leve como canja de galinha. O homem vai no paiol, pega a galinha e mata.
Passado um tempo a mulher se recuperou. O marido feliz, resolve comemorar e pergunta para mulher o que ela gostaria de comer. Ela responde: quero comer um churrasco.
O homem vai no paiol, pega o facão, mata a vaca para fazer o churrasco e chama todos os vizinhos para celebrar a saúde da mulher.
Do outro lado da cozinha, o ratinho vivinho da silva, observava o movimento comendo o queijo que ficou esquecido no chão.
Amigos, qual é a moral da história?
Somos todos um. Tudo que fazemos dentro do nosso quadrado e fora dele, afeta a todos. Cada atitude minha e sua afeta o mundo em que vivemos.
Entende isso?
Uma palavra, uma decisão, mesmo que seja individual nunca afeta só uma pessoa. Pensar de forma coletiva pode nos ajudar a manter a vida em ordem.
Faz sentido para você?
Maria Ritah, é ultramaratonista, apresentadora e produtora do programa Conexão Gaia, da rádio Logos FM 87.9. Instagram @maritaham