O SILÊNCIO CRIMINOSO

Por: Claudio Barboza

Manaus vive o estágio mais dramático de sua história. São centenas de famílias chorando suas perdas e, enquanto isso há um silêncio CRIMINOSO de autoridades públicas, normalmente falastronas, como políticos e até figuras do judiciário, EXCEÇÃO A JUÍZA JAIZA FRAXE. O que acontece em Manaus, e aqui me refiro especificamente ao desvio de vacinas, “fato público e notório”, como bem disse a nossa (permita-me Dra) juíza Fraxe.
Há dias, estou cansado de contabilizar nas redes sociais a despedida de amigos, colegas, meros conhecidos, pessoas e mais pessoas. São dezenas, centenas de FAMÍLIAS a enterrar seus mortos. Na minha função institucional, perdi a conta das Notas de Pesar que publicamos nos últimos dias. É um cenário de terror, angústia e medo!
No sábado, chegou a vez do meu querido amigo Jaime Pereira partir. Foi de tarde que recebi a notícia. Companheiros de tantos momentos alegres ao lado de sua Glau, nas rodas de samba do Caldeira ou nas festas do Garantido…nos nossos churrascos …quantos momentos… quanta amizade querida. Enquanto secava minhas lágrimas, chegou até a mim a notícia da partida do Júlio, um cantante alegre, festeiro, farmacêutico pela academia e doutor nas cordas de um violão. Novas lágrimas, mais tristeza, mais indignação!
Um vídeo que me chega expõe um desespero de uma enfermeira numa unidade de saúde. É recorrente nos últimos dias. O autoreconhecimento de alguns que furaram a fila… as tentativas de explicações não me comovem… não se justificam… Sou jornalista e farei 66 anos no dia 25 de abril, se Deus assim permitir. Sou portador da diabetes e hipertenso, trabalho desde os 14 anos de idade e vou aguardar na fila o momento de receber a vacina. É meu compromisso comigo mesmo e com meus filhos Juliana, Manoela e João Pedro. E com minha netinha Beatriz que ontem completou quatro meses!

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