
Por Maria Ritah*
Bom! Primeiro tenho que dizer a vocês que nunca participei de uma cerimônia budista, mais eu amo os ensinamentos e sou leitora contumaz da literatura oriental.
Eu considerava muito difícil alguns termos budista como a relação do sofrimento, da dor, do apego e do Caminho. Minha mente dual não assimilava (confesso que para mim até hoje não é fácil entender os textos), mais a vida vai acontecendo e, aos poucos a gente vai assimilando uma coisa ali, outra acolá.
Pois bem, um dos ensinamentos mais significativos que eu estudo de forma autodidata, e que considero interessantíssimo é esse do Caminho mencionado na Quarta Nobre Verdade também é chamado de Caminho do Meio, porque preza pelo equilíbrio, pela harmonia e não pende para nenhum extremo.
Neste meu mundo dual de oito ou oitenta, pensar sobre o caminho do meio, é meio esquisito.
Um tempo atrás, eu escrevi um artigo no Portal Único, sobre mediocridade. Externei na escrita, o fracasso de se tentar sempre ser mais, querer ser mais, ter mais…mais…mais.
Vamos combinar que o ter e ser em teoria é fácil. Na prática, você preferir o ser, não é fácil. Essa escolha do ser, muitas vezes vai te levar ao caminho do meio.
Eu sei que há algumas ideias estranhas, acerca do significa “ser espiritual”. Sabe, as vezes é um alívio encontrar alguém que não esteja empenhado numa busca espiritual.
Sério! Sabe por que? Há um sério risco de nos desviarmos do nosso objetivo de apenas SER e descambar para uma santidade artificial, de como se achar tão espiritualista que esquece todo o resto, nos empenhando em agir como uma pessoa “espiritual”.
A desmistificação da espiritualidade, de acordo com a prática budista é fenomenal.
A primeira lição que tive lendo livros budistas foi esta: Não se apegue! É o apego que traz sofrimento. Não se apegue a pessoas, coisas ou situações.
Não se apegue! Que mágicas palavras.
Eu nunca conseguia entender direito o significado disso. Então eu deveria ser fria? Não ter emoção e todas essas coisas? Não se apegue nem a Buda. Buda era tão sábio que quando alguém ia lhe pedir orientação geralmente ele não estava ali. O silencio era tão absoluto que seus interlocutores ficavam zangados.
Antes que eu disperse na escrita, vou resumir o meu aprendizado de todo dia
O Caminho para se levar a vida de forma elegante, passa pela compreensão correta, ou seja, ver as coisas como elas realmente são e não como parecem ser.
O segundo é o pensamento correto: não desejar o mal nem em pensamento, ter a intenção da renúncia e da libertação.
O terceiro e mais importante, para mim que falo demais para meu tamanho é o da fala correta: falar a verdade e de forma harmoniosa e não agressiva.
Essas quatro nobres verdade budistas cativaram meu coração.
Saber levar a vida com elegância, ou mesmo, com um pouco de elegância é fantástico.
Vamos combinar?

