Em live, Bolsonaro cita Omar, Eduardo e Zona Franca em tom de ameaça

Presidente perguntou aos dois senadores o que seria do Amazonas e Manaus “sem a Zona Franca”

Bolsonaro aproveitou para elogiar Coronel Menezes, seu compadre e amigo

Omar e Braga reagem com firmeza

PSB investe no interior e avalia pré-candidatos

Arthur Neto diz que o governo está de costas para a Amazônia

Abertos debates sobre o destino do lixo em Manaus

O presidente Jair Bolsonaro está possesso com o desenrolar da CPI da Pandemia e em especial com a participação dos senadores pelo Amazonas, Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB). Isso ficou claro na tradicional live de Bolsonaro de quinta-feira quando o presidente, do nada, direcionou sua fala aos dois senadores: “Hein, senador Aziz, aquele que fala tanto na CPI… senador Eduardo Braga, imaginem aí o Estado ou Manaus sem a Zona Franca de Manaus?”, perguntou Bolsonaro em tom de ameaça (veja vídeo no final da coluna).

Abraço a Menezes

Em seguida, em mais uma provocação aos políticos do Amazonas, o presidente elogiou seu compadre, coronel Alfredo Menezes, que declaradamente é inimigo político tanto de Omar quanto de Braga: “Aproveitando o momento aqui para mandar um abraço ao Coronel Menezes, que foi candidato à Prefeitura de Manaus – eu fui padrinho de casamento dele – concorreu à Prefeitura de Manaus, teve 11% dos votos, é uma grande liderança política, séria, decente e honesta que se apresenta. Então o Estado do Amazonas pode ter certeza que tem aí no estado quem se preocupa com política e não pretende ver o barco passar, ver o que acontece no Estado e ficar calado”.

Ação e reação

A reação de Bolsonaro veio após o depoimento do ex-ministro da Saúde de seu governo, Eduardo Pazuello, na CPI da Pandemia, quando foi duramente questionado e até desmentido pelos senadores Omar Aziz e Eduardo Braga e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
Braga e Omar têm incomodado a cúpula governista, tanto pelo desempenho na CPI, quanto pelo alcance que estão tendo na mídia nacional. Eduardo Braga teve exposição de quase seis minutos no Jornal Nacional de ontem (20) e Omar não passou um dia sem aparecer na grande imprensa, há três semanas, desde que a CPI começou a trabalhar.

Omar reage com tranquilidade

O senador Omar Aziz reagiu tranquilo à ameaça de Bolsonaro. Falando ao Único, ele atribuiu a ira do presidente à sua fala de que o Governo Federal usou Manaus como cobaia para implementar o aplicativo TrateCov quando o Amazonas enfrentou sua pior crise. Omar garantiu que vai continuar presidindo a CPI de forma independente, sem poupar quem quer que seja, em nome dos mais de 400 mil brasileiros que perderam a vida para Covid. Quanto à ZFM, Omar disse que o atual governo vem tomando medidas prejudiciais ao modelo antes mesmo da CPI.

Braga mantém firmeza

Já o senador Eduardo Braga disse ao ÚNICO que vai ser duro com quem merecer e que vai continuar atuando na CPI para identificar os responsáveis pelo colapso no sistema de saúde do Amazonas, pela falta de oxigênio que matou por asfixia dezenas de amazonenses e pelos desvios dos recursos da saúde, bem como os responsáveis pelo Brasil não ter comprado vacinas em quantidade suficiente para atender os brasileiros. “Nada vai me tirar desse caminho”, disse Eduardo ao se referir ao vídeo do presidente Bolsonaro.

Marcelo Ramos rebate

Em seu perfil no Twitter, o deputado federal e vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM) também comentou as declarações de Bolsonaro: “Eu prefiro imaginar a ZFM sem o Paulo Guedes. Quando o presidente ameaça a ZFM ele não ameaça Omar e Braga. Ele ameaça o emprego de milhares de amazonenses, os negócios das empresas, as receitas estaduais que pagam saúde e educação”, tuitou ele.

Aliado pouco prestigiado

O ex-superintendente da Suframa, apadrinhado de Bolsonaro, Coronel Menezes publicou em seu Facebook o trecho em que o presidente o elogia, com o comment “GRATIDÃO E RECONHECIMENTO”, em maiúsculas mesmo. Mas não lembrou que o chefe do Executivo não tem sido seu parceiro: o demitiu da Suframa, não o apoiou como esperado na campanha para a Prefeitura de Manaus e não o nomeou para o cargo de superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Menezes se apresenta agora como o nome de Bolsonaro para concorrer, em 2022, a uma vaga de senador ou mesmo ao governo do Estado. Menezes lançou o nome do general Eduardo Pazuello para o Governo, mas este descartou essa hipótese durante depoimento na CPI, ontem.

Listão

Não é à toa que Bolsonaro está perdendo a compostura. Os depoimentos na CPI o aproximam cada vez mais da responsabilidade sobre os desacertos na condução do combate à pandemia. Ontem, o senador Renan Calheiros, relator da CPI, listou 15 mentiras de Eduardo Pazuello e já disse que vai fazer o listão e enviá-las ao Ministério Público Federal sob acusação de falso testemunho. Entre outras coisas, Calheiros aponta: “ordens não partiram do presidente” (ele manda, eu obedeço); “TrateCov nunca entrou em operação” (foi lançado oficialmente em Manaus, em janeiro); “a cloroquina é um antiviral conhecido” (não é antiviral, é antimalárico) e muito mais, sobre falta de oxigênio, competências de governo e municípios, STF, etc.

PSB está de olho no interior

O presidente estadual do PSB no Amazonas, Marcelo Serafim, conversou com o ÚNICO quando disse que a partir de junho o partido começa a fazer um trabalho específico no interior do estado. A meta é aumentar o número de filiados e consolidar nomes com potencial tanto para disputar vagas na assembleia quanto na Câmara Federal. “O PSB vai chegar forte em 2022”, disse.

Arthur diz que Brasil está de costas para a Amazônia

O ex-senador Arthur Neto(PSDB) disse que o Governo Bolsonaro está de costas para a Amazônia. “ Em um momento que o mundo está atento à Amazônia, o que poderia se reverter em muitas possibilidades para a região, infelizmente o Governo Bolsonaro bate cabeça em outra direção, perdendo grandes oportunidades de construir alternativas reais, o que com certeza, seria muito bom para o Amazonas”, explicou.

A Amazônia não é do Brasil

Sobre esse assunto da má condução ambiental do governo federal, o ministro do Comércio Exterior da França, Franck Riester, afirmou ontem que “A Amazônia não é dos brasileiros, é da humanidade”. E se não houver certeza da proteção do patrimônio, não haverá acordo da Europa com o Mercosul.

Comunicação na Amazônia FIC-UFAM

A jornada comemorativa dos dez anos do Mediação – Grupo de Pesquisa em Comunicação, Complexidade e Culturas, da FIC- UFAM, termina nesta sexta-feira (21), com o lançamento virtual do livro ” Linguagens e Comunicação na Amazônia “. Editada pela Valer, a publicação reúne artigos científicos de 18 autores. A professora doutora Mirna Feitoza Pereira é a coordenadora do grupo. Inscrição e transmissão HTTPS://www.even3.com.br/dezanosmais/

O que fazer com o lixo em Manaus

Manaus terá encontro para discutir a destinação do lixo na cidade, com poder público e sociedade civil. O encontro é gratuito e será transmitido online pelo instagram @manaus_lixozero. A programação vai acontecer de terça-feira (25) a quinta-feira (27), no“3º Encontro Municipal Lixo Zero”.

E o novo aterro sanitário?

Por falar em lixo, o deputado estadual Sinésio Campos (PT) está questionando o Instituto Ambiental do Amazonas (Ipaam) sobre a instalação de um novo aterro sanitário, no ramal do Itaúba, com acesso pela BR-174, Km 13, próximo ao igarapé do Leão. O Principal questionamento é sobre o impacto ambiental que o aterro pode ocasionar à área A região do igarapé do Leão é conhecida área de balneários de Manaus e tem muitas nascentes
próximas. Campos lembrou do exemplo do Igarapé da Bolívia, morto em função do chorume do aterro sanitário no Km-19 da AM-010.

Fonte: Portal Único

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