Como fazer para que teu coração não seja roubado de ti?

Por Maria Ritah*

Eu estava largada na minha humilde residência e me deparei com uma das histórias mais interessantes da mitologia egípcia: as Plumas de Maat e o símbolo do coração.

O coração é um dos símbolos mais usado para representar uma emoção de amor. Tendemos a ver o coração dessa forma romântica. Na real, o coração é um dos órgãos do corpo e serve para bombear o sangue e nos manter vivos. Está no centro de tudo.

Por outro lado, o símbolo vai além do físico.

Vocês já viram que o desenho do coração é um triangulo invertido? Pois bem, a trindade ali surgiu com a busca do homem pelo divino e, segundo os mitólogos essa representatividade surgiu com os antigos egípcios.

Seu significado não era de amor romântico ou estados emocionais alterados. Os egípcios tinham particular respeito por este órgão e acreditavam que ele era necessário na vida além da morte.

Eles respeitavam a passagem e cuidavam dos seus mortos como se tivessem vivos. Vide os sarcófagos antigos, as vestimentas, os mausoléus e os rituais.

Reza a lenda que quando alguém morria, seu coração era pesado na balança da deusa Maat. Os reis bons e justos teriam um coração leve, mais leve que a pluma de avestruz que Maat, a deusa da verdade, da Justiça, da ordem e do caminho reto, carregava na sua coroa. Se fossem leves, seguiriam para a vida eterna.
Já os reis de coração pesado não podiam alcançar a eternidade e tinham suas almas destruídas.

Eu fiquei imaginando Maat pesando os corações. E minha questão era: em tempos sombrios e pesados, como ter um coração leve? Como ser justa, honrada, verdadeira e caridosa?

Como honrar nossos “reis” quando eles agem de forma egoísta e maquiavélica visando seus próprios interesses?

Quando o direito a saúde, ao trabalho, educação e cultura é negado ou mesmo as portas são fechadas? E por tantas coisas mais…

Na verdade, a gente pode ter milhões de razões para ter um coração pesado, mas não é esse o movimento cósmico.

Identificar o peso que meu coração carrega, aliviar a carga e cuidar -porque ele é mesmo centro do Cosmos- e liberar isso, é o que hoje me traz leveza.

Eu perder a alegria por bobagens é deixar roubar o meu coração.

Um coração leve e a presença do divino. Ah, se a gente pudesse pesar o coração antes de deixar as contrariedades da vida, roubar a nossa paz. Eu estaria na fila eterna da deusa Maat, pedindo a misericórdia de
um coração leve.

Na mitologia, para um coração ser mais leve que a pluma de Maat, essa pessoa teria que ser realmente leve, conectada com o divino e cujo ego tivesse sido esculpido no amor.

Que o seu coração e o meu coração seja leve em tempos tão pesados.

Passo para vocês!

Maria Ritah, é atleta ultramaratonista, apresentadora e produtora do programa Conexão Gaia, da rádio Logos FM 87.9 e escreve na coluna do site Portal Único.

Contato comercial 92-991021957 Instagram @MARITAHAM

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2 respostas

  1. No mundo de Maat, tem tudo a ver. Maat era o modelo para o comportamento humano, em conformidade com a vontade dos deuses e a ordem universal evidente nos céus.
    Texto maravilho, parabéns!!

  2. Maria Rita, minha admiração, por você, cresce a cada dia! És fantástica! Percebo que és honesta no que falas, no que demonstras em suas atividades, que és sensível e coerente!!! Muito obrigada pela grande ajuda que tenho recebido!

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